Ensino da Língua Portuguesa (DIRETRIZES CURRICULARES)
Por Edina felizardo
Muitas teorias de linguaguem são estudadas e debatidas. Entre elas temos a sociolinguística voltada para as variações da língua, a análise do discurso relacionada a ideologia (sujeito-linguagem-história), a Semântica que se preocupa com a função e uso dos significados, a linguística textual que tem como objeto o texto. Até o século XX, a literatura era tida como base para transmitir a norma culta da língua, valores religiosos, morais e cívicos. Na decada de 70 o ensino literário passa a ter como base o estudo do texto considerando as estruturas formais (rimas, escansão de versos, ritimo, estrofes, etc). Lamentavelmente, esta prática ainda permanece em algumas escolas limitando a leitura dos alunos. Uma outra prática que deve ser desconsiderada é de ultilizar textos para ensinar gramática.
Atualmente, a literatura deve servir de base para despertar o espírito crítico e criativo do aluno, incentivando a reflexão e a compreensão que ele tem dele mesmo e do mundo em que vive. Nos anos 80 esta pedagogia foi chamada de histórico-crítica centrada no texto/contexto e na interação social das práticas discursivas. Na década de 90 os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) propõe uma diciplina de língua portuguesa interacionista dialógica reflexiva e produtiva. Enfatizar a compreesão dos textos e não se deter apenas a nomenclatura da gramática tradicional, desenvolvendo uma liguagem política, social, econômica e cultural, considerando os aspectos sociais e históricos em que o aluno está inserido aprimorando seus conhecimentos linguíticos e discursivos. A escola é o meio que promove a leitura, oralidade e escrita tornando mais fácil para o aluno a prática de uso da língua através da ultilização de suportes tecnológicos para obter um melhor desempenho. Uma escola democrática deve considerar as variações linguísticas e as origens dos alunos, para sociolinguística essas variações atendem diferentes propósitos comunicativos.
A escrita ou a produção textual deve partir do momento em que o professor faça circular diferentes tipos de textos na sala de aula, e não de conceitos e definções textuais apresentadas por ele, o principal objetivo é aperfeiçoar a escrita atravéz da prática e das esperiências sociais, ampliando o conceito de gênero discursivo do aluno fazendo com que ele se posicione na sociedade. Ao ler, o leitor busca os seus conhecimentos impíricos, considerando sua formação familiar, religiosa e cultural. Praticar uma boa leitura consiste em compreender o texto, confrontá-lo com as experiências vividas, reconhecer as vozes sociais e as ideologias presentes no discursos. A literatura transforma a sociedade e humaniza homem, sendo ela psicológica, formadora e social, permite a fulga da realidade, forma o sujeito atravéz da educação, com capacidade de sentir e expresar-se, uma relação entre obra/autor/leitor. Para ter uma leitura coerente o leitor deve seguir as pistas que o direcionam posibilitando a ele várias interpretações
O aluno ao ir à escola, já possui um conhecimento prático dos princípios da linguagem, no entanto cabe ao professor ensinar a partir da observação e análise da língua em uso, criando oportunidades de reflexão e construção para melhor compreender como a língua funciona. O texto passa a ser objeto de ensino deixando de lado a nomenclatura gramatical e os exercícios tradicionais, adequado-o considerando o destinatário.
A análise linguística propõe que a gramática seja trabalhada dentro de um texto fazendo com que os alunos conheçam os diferentes tipos textuais adequando-os a cada situação. O aluno deve perceber a difereça entre texto falado e escrito, tendo opção de escolha quanto ao tema e a estrutura, tendo em vista o interlocutor. As diretrizes diferencia ensino de gramática e prática de análise linguística: a gramática tem uma concepção de língua como sistema, estrutura inflexível e invariável separando a leitura e produção de texto, trabalha regras, treinamento, dando ênfase aos conteúdos gramáticais centralizando a norma padrão, privilegia a palavra, a frase e o período, dá preferência aos execícios estruturais. Já a análise linguística privilegia o texto, atividades de pesquisa que exigem comparação e reflexão sobre adequações e efeitos de sentido. Ela vê a língua com ação interlocutiva sujeita às interferências do falante, é reflexiva baseada na indução, da ênfase a leitura e a produção textual nos usos como objeto de ensino centralizando os efeitos de sentido
As diretrizes traz quatro tipos de gramática: a gramática normativa, que estuda os fatos da língua culta, em especial a escrita com regras a serem seguidas; a gramática descritiva, que descreve as variações linguísticas a partir do seu uso, dá preferência a oralidade; a gramática internalizada, que é um conjunto de regras dominadas pelo falante; a gramática reflexiva, que são atividades de observação e reflexão da língua, preocupa-se mais com o processo do que com seu resultado.
É importante considerar essas quatro gramáticas no processo de ensino de língua portuguesa, considerando como ponto de partida a interlocução. O professor deve instigar o aluno a um saber linguístico mais elaborado conduzindo-o as atividades epilinguísticas e metaliguísticas. O contato do aluno com diferentes gêneros discursivos (orais e escritos) facilitará a assimilação das regularidades do uso da língua em diferentes grupos sociais e situações. O estudo reflexão da análise linguística acontece por meio de práticas de oralidades, leitura e escrita atravéz de atividades preparadas pelo professor, preparando o aluno para usar a língua em situações formais ou informais, adequando a linguagem conforme as circuntâncias. As diretrizes reconhece as variações linguísticas como legítma, não considera uma única forma como sendo a correta. O professor deve trabalhar os gêneros testuais visando o aprimoramento linguístico e argumentativo ensinando o aluno a se posicionar diante da sociedade expressando suas ideias com segurança.
No momento da escrita, aluno e professor precisam planejar o que será produzido, escolher o tema, definir um objetivo, organizar ideias pensando no espaço em o texto vai circular pensando nos interlocutores. A qualidade de um texto depende da prática, logo planejar, escrever, revisar e rescrever um texto não pode ser para o aluno motivo de constrangimento mas de aprimorar a qualidade textual enfatizando o ponto de vista, a reflexão e a criatividade do aluno.
A leitura é dialógica e interlocutiva, considera também as linguagens não- verbais. O professor é o mediador dando condições ao aluno para atribuir sentidos as leituras feitas por ele se tornando crítico perante a sociedade, percebendo o que está implícito no texto, identificando as verdadeiras intenções contidas nos textos posicionando-se diante delas. Alguns textos permitem uma interpretação mais ampla, como é o caso dos textos literários, outros são mais restritos como por exemplo os textos burocráticos. A escola precisa apresentar ao aluno uma variedade de texto para que ele experimente as múltiplas possibilidades de interpretação textual.
Para o ensino da literatura o professor precisa ter um plano de trabalho. Primeiro deve observar o dia-a-dia da sala de aula, analisar o interesse e o nível de leitura dos alunos, discutir textos, visitar bibliotecas e expor livros. O segundo plano seria apresentar textos que possam ser relacionados com o conhecimento de mundo e experiência adiquiridas pelos alunos por meio de leituras. O terceiro seria a expectava do aluno que deve ser ampliada aprofundando seu conhecimento, podendo ou não satisfazê-lo. O quarto passo é fazer com que o aluno perceba que o texto ampliou seus horizontes. A última etapa seria justamente a ampliação dos horizontes e expectativas tendo o aluno conciência dessas mudanças e aquisições.
A literatura pode causar uma sensação de prazer, “um saber com sabor”. O professor precisa mostrar ao aluno que sente prazer em ler, que ama a literatura, através do gosto do professor é que se pode dispertar no aluno o gosto pela leitura pela literatura.
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DA LÍNGUA PORTUGUESA. PARANÁ, 2008.
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