Introdução
- O problema da África;
- Uso de uma única língua;
- A questão do multilinguismo;
- A concepção de “língua”.
Processos na construção social da língua
Línguas: produto de intervenções sociais e históricas.
Processos subjacentes à construção social das línguas:
O ser humano nasce com a capacidade da linguagem, mas as línguas são produtos de intervenção social e históricas. Considerando as línguas utilizadas na África podemos então comprovar essa intervenção. A Áfricas foi um continente colonizado por vários países, essa colonização teve início por volta do século X a.c. com os fenícios, depois os gregos, romanos, árabes, chegando então a chamada colonização recente da África, que teve início no séc. XIV (ocupação das Ilhas Canárias e a conquista de Celta em 1415).
Em 1624 ocorre a colonização francesa (ocupação do Senegal e áreas a volta do Rio Nilo)
No final do século XVIII ocorre na África a colonização britânica ( estabeleceram territórios coloniais em alguns países da África, no nordeste, no sudeste e no sul do continente africano.
Nesse processo de colonização da África teve ainda os belgas, espanhóis, italianos e os alemães.
Isso fez com que a África tivesse essa variedade de línguas e culturas diferentes, ou seja, resultado das intervenções sociais e históricas.
1. Iconização
retrata essências dos grupos
2. Recursividade Fractal
não define grupos sociais fixos ou estáveis, fornece recursos discursivos e culturais para reivindicar, tentar criar comunidades, identidades, papéis mutáveis em níveis diferentes de contraste, dentro de um campo cultural.
3. Apagamento
Explica fatos inconscientes com o esquema ideológico que está sendo usado
O impacto do letramento não somente na emergência dessas línguas, mas também nos significados sociais que os africanos tinham de suas "próprias" e de outras línguas, notadamente do inglês e do francês.
O fato de o colonialismo ter facilitado o surgimento de línguas na África, não significa que antes dele não havia oralidade neste continente, mas isso faz com que pensamos a língua na áfrica como produto do letramento e do colonialismo.
Língua na África: produto do letramento e do colonialismo.
As escolas que ensinavam o inglês por exemplo, também ensinavam a ler, escrever e o cristianismo.
A noção de língua em Linguística Aplicada e o público leigo
Em LA, devemos levar em consideração não apenas os pressupostos sobre "língua", mas também como os discursos sobre "língua" são compreendidos pelos usuários leigos da linguagem e o que refletem.
Ter uma língua significa então ter comida, água limpa, energia, de modo que o acesso a elas produz benefícios cognitivos e materiais.
Em um levantamento das línguas na África subsaariana, Samarin (1996: 390) aponta que a África é:
“...um continente sem línguas. Certamente, os africanos usaram a linguagem em um sentido linguístico para se comunicar entre si...”
Samarim sugere que antes da colonização, da introdução do evangelismo cristão e do letramento, a noção de língua como marca de identidade social não existia.
PRESSUPOSTO 1
A função primária da linguagem é transmitir informação factual
- Metáfora do Conduto;
- Línguas nativas como línguas cristãs;
- Quão autênticas são essas línguas nativas?
- O impacto do cristianismo nas línguas africanas.
PRESSUPOSTO 2
As línguas existem ontologicamente fora de um evento comunicativo
Estruturalista – Segregacionista
A tradição estruturalista na linguística africana reflete crenças sobre como se pensava que as línguas eram faladas e não como elas o são na verdade.
Causa de pressões para que a linguística fosse vista como objetiva: natureza socialmente minimizada.
No contexto africano: o conhecimento natural e o conhecimento natural transformado em uma descrição oficial da língua em questão.
PRESSUPOSTO 3
As línguas compreendidas como constituídas de unidades e o linguacismo duplo
- Noção de linguacismo duplo.
- Determinar a língua a qual um enunciado pertence não é um problema típico de línguas menos conhecidas.
- É um problema experimentado também por línguas “mais importantes”, tais como o inglês.
- Pidgin ou língua de contato.
- As línguas africanas, assim como as línguas europeias, representam variedades que não são faladas por ninguém.
- Na padronização das línguas européias “continuum”, enquanto na África foram combinações de forma oral agregadas por missionários e seus linguistas.
Censo
A ideologia do censo baseia-se no pressuposto de que as línguas podiam ser separadas de outras formas de comportamento e numeradas em termos de número de falantes de cada língua.
PRESSUPOSTO 4
As línguas tem nomes
Letramento e política: papel importante na nomeação das línguas africanas.
A nomeação foi iniciada por pessoas não-africanas letradas em línguas europeias e árabes
Processo era arbitrário.
Do conhecimento local para a Linguística Aplicada
- O conhecimento local;
- Perspectiva dos linguistas x perspectiva dos falantes;
- As histórias das pessoas leigas.
Considerações Finais
“Mas já que somos quem somos, não podemos sair de nós mesmos completamente. O que quer que façamos, permanecemos como subpartes do mundo com acesso limitado à natureza verdadeira do resto do mundo e de nós mesmos.”
(NAGEL, 1986, p. 6)
Nenhum comentário:
Postar um comentário