A lua
amarelada a face embuça;
Parece que tem frio, e no seu leito
Deitou, para
dormir, a carapuça.
Ergueu-se,
vem da noite a vagabunda
Sem xale,
sem camisa e sem mantilha,
Vem nua e
bela procurar amantes;
É douda por
amor da noite a filha.
As nuvens
são uns frades de joelhos,
Rezam
adormecendo no oratório;
Todos têm o
capuz e bons narizes.
E parecem
sonhar o refeitório.
As árvores
prateiam-se na praia,
Qual de uma
fada os mágicos retiros
O lua, as
doces brisas que sussurram Coam dos lábios teus como suspiros!
Falando ao coração que nota aérea
Deste céu, destas águas se desata?
Canta assim algum gênio adormecido
Das ondas mortas no lençol de prata?
Minha alma
tenebrosa se entristece,
É muda como
sala mortuária Deito-me só e triste, e sem ter fome
Vejo na mesa a ceia solitária.
Ó lua, ó lua
bela dos amores,
Se tu és
moça e tens um peito amigo,
Não me
deixes assim dormir solteiro,
À meia-noite
vem cear comigo!
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