A tarde se
deitava nos meus olhos
E a fuga da
hora me entregava abril,
Um sabor
familiar de até-logo criava
Um ar, e,
não sei porque, te percebi.
Voltei-me em
flor. Mas era apenas tua lembrança.
Estavas
longe doce amiga e só vi no perfil da cidade
O arcanjo
forte do arranha-céu cor de rosa,
Mexendo asas
azuis dentro da tarde.
Quando eu
morrer quero ficar,
Não contem
aos meus amigos,
Sepultado em
minha cidade,
Saudade.
Meus pés
enterrem na rua Aurora,
No Paissandu
deixem meu sexo,
Na Lopes
Chaves a cabeça
Esqueçam.
No Pátio do
Colégio afundem
O meu
coração paulistano:
Um coração
vivo e um defunto
Bem juntos.
Escondam no
Correio o ouvido
Direito, o
esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber
da vida alheia
Sereia.
O nariz
guardem nos rosais,
A língua no
alto do Ipiranga
Para cantar
a liberdade.
Saudade...
Os olhos lá
no Jaraguá
Assistirão
ao que há de vir,
O joelho na
Universidade,
Saudade...
As mãos
atirem por aí,
Que desvivam
como viveram,
As tripas
atirem pro Diabo,
Que o
espírito será de Deus.
Adeus.
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